quinta-feira, 24 de abril de 2014

O Bauru do Gaúcho

Esse post é um breve (talvez não tão breve assim) relato dos meus três dias na Serra Gaúcha. Escrevo a pedido do Tiago Guaresi que foi meu anfitrião por lá. Ele comentou que sempre lia o Saldo da Caminhada e agora queria um texto publicado sobre a Serra. Então vamos lá. Ah! no término das férias vou voltar a caminhar e escrever a Saldo, para alegria do Tiago (que sempre lia) e de outras pessoas que comentam que acompanhavam. rsrsrs

Para que todos entendam: o Tiago é joinvilense e estudou comigo no extinto segundo grau. De família gaúcha, em 1999 resolveu ir morar em Caxias do Sul e mais tarde em Flores da Cunha (se  não inverti a ordem). Isso, então, significa que não nos encontrávamos há 15 anos. Voltamos a nos falar, primeiramente, via Facebook.

Como estou de férias, depois de alguns convites (hehehehehe), resolvi encarar a Serra Gaúcha. Não existe ônibus de Joinville até Flores da Cunha, então o jeito é embarcar no único horário que faz a linha Joinville/Santa Maria e desembarcar em Caxias do Sul. Essa linha existe todos os dias às 19 horas. O mesmo para a volta, porém às 22h15 (embarque em Caxias). Como disse o motorista, às 5 da manhã eu estaria em Caxias do Sul, e não é que as 4h59 o "bichinho" entrava na rodoviária da cidade. Depois de diversas recomendações da minha parte para que ele não me esquecesse, o Tiago estava me esperando, com o seu sorriso inconfundível, mesmo depois de 15 anos... kkkkkkkkkkkkk

Saímos de Caxias em direção a Flores da Cunha, chegando em Flores, o Tiago me mostrou uma parte da cidade naquele horário mesmo, 5h30 da manhã. Tudo bem que durante o dia, ele me mostrou tudo de novo e refez toda a explicação. Depois de 10 horas de viagem, não tem como assimilar tudo de primeira né... rsrs. Como cheguei lá na segunda feriado (21), fomos almoçar em Caxias. Almoçamos na Galeteria Alvorada, segundo o Tiago, eleita a melhor do País pela revista Quatro Rodas.

Enquanto almoçamos, eu com a camisa do JEC, um jequeano sentava quase na mesa ao lado da nossa, antes nos cumprimentou, se apresentou e trocamos algumas palavras. Ah! aprendi a enrolar o macarrão para comer, caraca, pensa que é fácil? Não é não, quando finalmente consegui comer tudo, a última "enrolada" já estava gelada, descobri que sou uma descendente de italiana "mequetrefe".  Antes do almoço conheci alguns pontos de Caxias do Sul (pavilhão da Festa da Uva e o Cristo).

A tarde circulamos por algumas cidades próximas, vi muito parreiral, cantinas de vinho, vinícolas e conheci o marmelo, fruto de onde sai a marmelada (eu nem sabia que marmelada era feita de algum fruto). Também descobri que a Vodka Raiska é feita em Flores da Cunha, na Fante Indústria de Bebidas, aliás, o João Fante, falecido no dia 1 de abril e fundador da empresa é vô do Tiago. Mas o primeiro ponto alto do dia foi a vista que tive em Nova Pádua. num lugar chamado Belvedere Sonda. O lugar é lindo, silencioso e cheio de paz. E acreditem, não tirei nenhuma foto.. hahahahah guardei tudo na memória, quem quiser conferir procura no google.

Mas o ponto alto de tudo foi a noite, quando eu tive o prazer de comer o Bauru do Gaúcho, num restaurante localizado num posto de gasolina, não me perguntem onde, sou péssima para guardar nomes. Nos lugares que já estive e nem aqui em Joinville, não vi nada parecido com o prato servido lá, também não tirei foto... kkkkkkkkkkkk. Mas o prato, que é para uma pessoa e nós dividimos e não conseguimos comer tudo consiste em: Bauru (carne, servida com queijo, presunto e molho por cima) acompanhado de salada, mini pães com "corninho", arroz, batata frita, polenta frita (em todo lugar tem polenta) e queijo empanado (pensa numa coisa "deliça"). Um detalhe, em todo lugar que você almoça a la carte, os garçons passam constantemente pela sua mesa, trocando os alimentos frios por quentes. Se você ficar sentado por horas, por horas você terá comida sempre quente na sua mesa e claro, engordará muito. rsrsrs.


Na foto: Igreja Nossa Senhora de Lourdes, se você se perder em Flores da Cunha é só procurar a torre da igreja, fica bem no Centro.


Os outros dois dias que fiquei na cidade, conheci a cidade a pé, pois o meu guia, estava trabalhando.. rsrssrs... Tiago vinha me buscar para almoçar e a noite para a janta e o passeio noturno. Conheci a dona Mari e o senhor Moacir (pais do Tiago) que me receberam super bem, me alimentaram super bem e me presentearam com um vinho Cordelier (fabricado na Fante). A primeira orientação do Tiago foi para que eu não usasse o vinho para fazer sagu. Pode deixar, não estragarei o vinho, não sou tão pobre assim, eu "conheço" vinhos! Como eu já estava por lá né.. a dona Mari aproveitou e pediu para eu ajudar a fazer um texto sobre a vida do pai dela (João Fante) que completa 30 dias de falecimento no dia 1 de maio. O texto será publicado no jornal semanal da cidade intitulado "O Florense".

Aliás, é em Flores da Cunha que fica a fabrica e mora o proprietário dos móveis Florença, com lojas em vários países e cidades do Brasil, incluindo Joinville. O proprietário, Lourenço Castellan, mora num castelo no Centro da cidade. Semelhante às construções medievais europeias, o Castelo da Família Castellan tem cobertura externa toda em cobre; os vidros são em cristal chanfrado e as dependências internas incluem boate, adega e três apartamentos independentes. O Castelo não recebe visitantes, mas pode ser admirado externamente das quatro ruas que o circundam. Também tem um capela ao lado do castelo. Ah! e eu também não bati foto...

Aproveito o post para agradecer o Tiago por ter me aturado, agradecer imensamente a dona Mari e o "seu" Moacir pela recepção, simpatia e por terem me recebido tão bem. Refaço a "promessa" que fiz para o Tiago antes de embarcar: voltarei em junho ou julho para conhecer o verdadeiro frio da Serra e comer mais uma vez o Bauru (pelo qual me apaixonei).

E para não deixar passar em branco, teve sim troféu romantismo em Flores da Cunha, isso mesmo, estava eu quase chegando no hotel Fiorio (onde me hospedei), na terça-feira, quando uma caminhonete F250, vermelha, com placas de Flores da Cunha, parou ao meu lado e o cidadão que estava dirigindo perguntou se eu estava indo "lá para frente", respondi que ia parar no hotel e ele: "posso conversar com você?". Para ele apenas respondi que não, mas mentalmente eu disse: quer conversar paga uma consulta na psicóloga.